sábado, 7 de abril de 2012

3° CAPÍTULO (2° Temporada)

Não estranhei o fato de Sofia e Lênise não terem vindo falar comigo logo que Luan saiu, afinal, elas eram minhas melhores amigas e me entendiam melhor que ninguém. Elas sabiam que eu precisava daquele momento só para mim. Mas e a Bruna? Normalmente ela arrombaria a porta do meu quarto e obrigaria eu e o Luan a nos acertarmos, mas nem sinal dela. Talvez as meninas tivessem pedido para ela me deixar sozinha, ou talvez ela poderia ter ido embora com o Luan. É, acho a segunda alternativa mais provável diante de toda situação.
Depois de mais ou menos uma hora, Sofia bateu na porta.

- Fabi? A gente pode entrar?
- Pode sim. - Eu disse com a voz baixa.

Me ajeitei na cama. Lênise se sentou e pediu para que eu deitasse no colo dela. Sofia sentou e colocou minhas pernas sobre as dela. As duas me olharam como quem diz: "E aí? Como você está?". Pensei em me desculpar primeiro.

- Me desculpem, ta?
- Vixe, muié. Ta pedindo desculpas pelo que? - Perguntou Lênise
- Vocês vieram passar o final de semana comigo. Era pra ser divertido. Mas eu to aqui, chorando igual uma boba. Estraguei tudo!
- Eita! Para com isso! Não tem problema não, Fabi. Ainda bem que estamos aqui, assim a gente pode te dar uma força. - Disse Sofia.
- E pensa pelo lado bom..nós vimos o Luan e ainda conhecemos a Bruna. rsrs - Completou Lênise.

Rimos juntas por alguns segundos, mas Sofia voltou ao assunto que martelava minha cabeça. Ao mesmo tempo que eu não queria mais falar sobre, eu precisava desabafar e aquela era a melhor hora. Sem dúvida.

- Mas e aí? O que houve? - Perguntou Sofia.

Contei tudo. Detalhe por detalhe para que elas pudessem me entender. Enquanto eu contava, lágrimas escorriam pelo meu rosto. Lênise secava uma por uma e eu percebia que ela quase chorava junto comigo. Sofia não. Ela escutava tudo, bem atenta, séria. Depois ela falaria o que achava, com certeza. Me achando certa ou não. Ela sempre foi a mais durona de nós três.
Quando terminei, ficamos em silêncio por alguns segundos e a primeira a se pronunciar foi Lênise.

-Ah Fabi! Eu te entendo, mas acho que foi um pouco radical com ele.

Olhei para Sofia a espera de sua opinião e logo ela disse.

- Olha..também acho que foi bem dura com ele. Poxa, ele veio de Londrina só pra te ver e resolver isso tudo e você manda ele de volta?
- Mas gente, ele não confia em mim.
- Nós te entendemos, Fabi. Mas você tem sua consciência limpa e um dia vai provar para o Lu que isso tudo é mentira. Aí sim vocês discutem esse assunto.

Era incrível como aquelas duas molequinhas me faziam repensar e tomar conclusões distintas sobre um mesmo fato. Parei perplexa, pensei em ir atrás do Luan, mas havia um problema.

- De qualquer forma, não adianta mais. Ele já foi embora. - Eu disse
- Aí que você se engana. Ele e Bruna vão dormir essa noite em um hotel aqui em Varginha. - Disse Lênise
- Sério ?
- Sério! Mas chega de papo. Vai logo, muié!

Soltei um sorriso espontâneo e quando me levantei para ir, Sofia soltou AQUELE grito.

- Fabiana Carneiro, volta aqui!!!

Olhei assustada. O que eu tinha feito de errado? Ela me chamou de Fabiana. Pior. Ela me chamou de Fabiana Carneiro.

- O que foi, Sô?
- Faça o favor de passar uma maquiagem. Ta parecendo que você levou um murro em cada olho! E por favor, aproveita e passa um pente nesse cabelo!

Quem vê pensa que ela foi bem dura comigo, né. Mas eu agradeço, pois se não fosse ela, o Luan sairia correndo quando me visse.
Depois de dar uma melhorada no visual, pegamos um taxi até o hotel. Estão se perguntando porque essas duas xeretas estão indo comigo? Eu respondo. Elas nunca perderiam a chance de passar a noite conversando com a "Bruna Santana" enquanto eu me acertava com o Luan.


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Se gostar, comenta. Após 5 comentários, postarei o próximo capítulo. Espero que gostem! Obrigada :*

2° CAPÍTULO (2° Temporada)

Nos encaramos por alguns segundos até que eu desviei o olhar .

-  É .. estou surpresa em te ver aqui. - Eu disse sem encará-lo
-  Acho que precisamos conversar, não é Fabiana ?

Ao escutar as primeiras palavras dele, eu o olhei meio sem entender, pois pela forma que havíamos terminado achei que Luan nunca mais iria falar comigo.

-  Conversar ? Mas você ...
-  É .. eu sei que fui bem grosso com você aquele dia .
-  Achei que nunca mais iria falar comigo.
-  Eu também achei, mas ...

Luan se calou, pareceu querer evitar dizer algo.

- Mas .. ? - Eu disse esperando uma resposta
- Eu estava com saudades .

Logo que disse aquilo Luan abaixou a cabeça como se estivesse envergonhado por deixar seu orgulho de lado. Ao escutar o que ele havia falado bateu um alívio por ver que ele ainda estava ali, aquele mesmo Luan que eu conhecera e que se apaixonara por mim da mesma forma que eu por ele, ainda estava ali e havia tempo de eu tenta resgatar nossa história. Da mesma forma que ele, deixei meu orgulho de lado .

- Eu também estava com saudades.
- Não queria ter sido grosso daquela maneira, mas é que eu estava de cabeça quente.
- Eu queria ao menos ter me explicado.
- Eu sei, mas eu estava nervoso .

Continuei em silêncio.

- Mas olha, vim aqui hoje pra gente conversar e resolver isso tudo de uma vez .

Eu literalmente não sabia o que dizer. Estava disposta a deixar meu orgulho de lado e me acertar logo com ele, mas algo natural  não me deixava ser tão morna como eu queria ser. Era como se fosse um instinto dizendo que eu devia protestar pela forma como tudo estava acontecendo, como ele estava agindo sobre tal situação, como se ele tivesse o controle de tudo.  Ele esperou eu dizer algo, mas como não atendi às suas expectativas, ele continuou.

- Quero você de volta, Fabi.

Meu coração bateu forte quando ele me chamou pelo apelido ao invés de me chamar pelo nome, coisa que nunca gostei, pois sempre que me chamavam assim, pareciam estar nervosos comigo. Respirei fundo e disse:

- Tudo o que eu mais quero agora  é ficar ao seu lado, Luan. Mas..
- Mas o que?
- Você confia em mim?
- Fabi, se estiver falando sobre aquela foto...esquece isso. Não quero mais lembrar disso.
- Não Luan, eu quero saber. Você confia em mim?
- Isso não importa agora. Só quero você de volta.
- Como assim, "isso não importa" ? É claro que importa! O que mais importa em uma relação é a confiança que um tem no outro e pelo jeito, estou vendo que isso não há entre nós.
- Não. Não é isso.
-  Ah! Não é isso? Então me diz que você confia em mim. Me diz que você sabe que aquela foto não significa nada.

Quando eu disse aquilo, esperava que Luan me dissesse que acreditava em mim, que ele sabia que eu não seria capaz de fazer aquilo com ele, mas ele abaixou a cabeça calado e aquilo me fez entender tudo. Parece que meu mundo havia desabado. Toda a felicidade de ver ele entrando pela porta, de ver ele dizendo que me queria de volta, tudo havia desaparecido. Tudo o que tomava conta de minha mente agora era o fato de Luan não confiar em mim. Ele acreditava que eu o trai e isso acabava comigo. Meu coração estava apertado. Minha garganta doía segurando o choro que eu não consegui segurar por muito tempo. Abaixei o rosto e as lágrimas desciam involuntariamente. Ele continuou em silêncio e depois de alguns segundos eu tomei fôlego, sequei minhas lágrimas e disse.

- É melhor você ir embora.
- Mas Fabi..
- Não tem "mas", Luan.  Nossa conversa já deu.
- Não! Eu vim aqui pra resolver tudo entre a gente! - Ele disse em um tom mais alto e se levantou.
- E está tudo resolvido, Luan! Você não confia em mim e assim a gente não pode ficar junto. Acabou! Segue sua vida que eu vou seguir a minha.

Nossos olhares se fixaram um no outro e eu percebi que ele também chorava. Naquele momento a minha vontade era abraça-lo e pedir perdão por tudo, mas não dava. Luan não confiava em mim e isso acabava comigo. Desviei meu olhar, caminhei até a porta e ao abrir eu disse:

- Por favor, vai embora.

Ele se exitou, aparentemente ia dizer algo, mas desistiu. Passou a mão no rosto, pegou seu boné que estava em cima da cama e antes de sair ele parou em minha frente e suavemente me deu um beijo no rosto. Logo em seguida ele saiu. Me tranquei no quarto e deitei chorando.  Cada palavra que havíamos trocado naqueles poucos minutos se repatiam na minha cabeça, mas um pensamento que prevalecia era apenas um. O amor da minha vida não confiava em mim.